Vim morar entre as brumas
Que silenciosamente descem as montanhas
A esconder o sol, o verde, as casas, os seres
A esconder o conhecido de mim...
Cobertor de nevoas brancas que sussurra segredos sonhados

Eis aqui o meu lugar
O lugar que vim morar

A mata desce a montanha
Fecha clareiras e invade os caminhos
Os rios dão voltas como a vida
Rio que dá a volta e trança as raízes dos que acordam
Raízes que descem e sobem invertendo os rumos
Fontes nutridoras de sonhos bons

Serpenteia o vento que sopra frio quebrando o silencio das horas vivas
Convite ao aconchego das brasas que crepitam
Testemunhas do nascimento de sementes que dormiam

Sorrio pacificada
Pois meus caminhos se voltam para Volta do Rio

Eis aqui o meu lugar
O lugar que vim morar